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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

John Polidori


Eu estou lendo um livro que possui contos clássicos de vampiros ( Contos Clássicos de Vampiros). Lá, os autores fazem uma breve cronologia sobre o tema, explicando numa singela linha de tempo a evolução do tema. Dentre os autores citados, me chamarm a atenção Byron, Goethe, Stoker, Gautier, Polidori e outros. Muito, muito interessante saber como esses personagens fantásticos surgiram e evoluiram! E, para coroar isso tudo, surgiu a idéia desse post. 
* Nesse blog possui um conto na íntegra do autor Théophile Gautier , A Morte Amorosa. Se houver interesse, é só buscar nos arquivos. 


John William Polidori (Londres, 7 de setembro de 1795 - 24 de agosto de 1821), médico e escritor inglês de pai italiano nacionalizado inglês.

Polidori recebeu uma formação científica e humanística muito esmerada. Com 16 anos começou seus estudos de Medicina na Universidade de Edimburgo e aos 19 leu sua tese de licenciatura, o que dá ideia de como era  aplicado que era como aluno. No entanto, seu verdadeiro talento foi destacado no campo das letras e teve uma carreira literária como um dos autores mais admirados.

A oportunidade chegou quando travou contacto com o já famoso e escandaloso Lord Byron. Este precisava um médico pessoal para sua próxima viagem por Europa e um doutor amigo lhe recomendou a Polidori. Lord Byron admirou imediatamente o jovem médico e contratou-o. Assim se iniciou o período mais intenso, mas também mais desgraçado, da curta biografia de John Polidori.

Este levou durante o trajeto pela Europa, um diário onde ia recolhendo todas as incidencias da viagem. Algumas entradas do diário refletem a vida bastante burguesa do casal de ingleses, ainda que não se vislumbra uma relação muito próxima, íntima, de verdadeiros amigos entre o poeta e o médico. De facto, outras testemunhas dão fé de que depois da aproximação inicial, Byron ironizava abertamente o seu jovem médico, duvidando da sua capacidade como profissional de medicina, mas sobretudo, de suas tentativas por emular o imiciante poeta,  criticando publicamente as peças de teatro que Polidori escreveu.

Instalados durante uma temporada em Suíça, foi em Genebra, o 17 de junho de 1816, onde teve lugar o famoso incidente que propiciou o nascimento de uma das novelas de terror mais aclamadas da literatura universal, Frankenstein, de Mary Shelley. No verão desse ano, Byron e Polidori recebiram assiduamente ao poeta Shelley e a sua futura esposa, Mary Wollstonecraft Godwin. Em uma dessas reuniões, depois da leitura de uma antología alemã de relatos de fantasmas (Phantasmagoriana), Byron propôs que a cada um deles escrevesse uma novela terrível.

Se Shelley, Byron e os demais fizeram-no não se sabe, talvez tenham feitos simples esboços de histórias, mas Mary Shelley e o “pobre Polidori” (como costumavam o chamar Byron e a mesma Mary), conseguiram finalizar seus respectivos projectos, iniciados nessa noite mágica ainda que publicados mais tarde.
A desgraça de John Polidori é que sua obra, Ernestus Berchtold ou o moderno Edipo, fica bastante ensombrecida pela magnífica novela de Mary Shelley, Frankenstein. A relação de Byron e Polidori deteriorou-se finalmente porque Polidori tentava subornar Byron com favores e este necessitava dos serviços do médico.

Pouco mais fica por contar da vida deste aspirante a escritor. Publicou alguns poemas que passaram sem  glória (como A queda dos anjos, poema ambicioso). Porém, só com seu relato O Vampiro, publicado em princípio anonimamente, conseguiu o aplauso do público, depois do verdadeiro escândalo originado pela  sua autoria (não se sabia quem havia escrito, inclusive o intitularam a Byron). Neste relato, a figura do vampiro recolhe alguns traços do poeta Byron, reconhecidos pelos leitores da época. Quiçá fosse uma pequena vingança pessoal do homem que sempre esteve à sombra do génio romântico.

Inclusive a morte de Polidori parece um remedo dessas mortes heróicas e sublimes de Byron e Shelley. Em 1821, farto de uma existência tão pouco ilustre, pôs fim a sua vida com um veneno poderoso. A família, para evitar o escândalo, apagou todas as provas do suicídio, jogando terra ao assunto e ao mesmo tempo, ao quiçá único gesto verdadeiramente singular de sua existência.

Fonte: Worldlingo.com




2 comentários:

  1. Muito interessante, fiquei realmente curioso pelas obras dele. Não tive oportunidade de lê-las mas pretendo, em breve, ousar ler alguma.
    Gostei muito desse seu espaço. Continue assim, faltam coisas de conteúdo para se ler na internet.

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  2. Obrigado !Night!!! Eu busco sempre por assuntos que acho interessante e quase não acho muita coisa. Eu tento fazer desse blog um lugar onde eu posso guardar e fazer consultas. Mais uma vez, obrigado pelo apoio.

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